Amanhã ou Depois...


Pensei no que eu escreveria hoje, há tantas coisas que gostaria de contar aqui, mas não consegui me ater a nenhuma idéia. Minha vida deu um giro de 180 graus nesse ano de 2010, me separei, enfrentei problemas pessoais, cai na depressão, perdi meu avozinho materno... Mas isso foi o começo do ano, em agosto resolvi que já era hora de acordar e mudar de caminho. Tive sorte, escolhi o caminho da amizade, todos os problemas que tive se tornaram pequenos e insignificantes. Os amigos que conquistei e os que reencontrei são preciosos para mim, senti novamente vontade de viver. A alegria que sinto hoje todos os dias que acordo devo a todos os meus amigos por existirem na minha vida.
Comecei esse texto dizendo que não sabia sobre o que escrever, mas tem algo que quero deixar aqui para ser pensado, uma música é tudo que quero deixar para vocês. Essa música me faz pensar todos os dias no que não faço, por que deixamos para depois o que podemos fazer hoje? Por isso falei de meus amigos, fico tão feliz por ser tê-los, que tento nunca deixar pra depois o que posso fazer hoje com eles, me empenho o máximo para poder estar com cada um, pois o amanhã é incerto, a única coisa que nos pertence é o presente.
Aos meus amigos, quero apenas dizer que eu amo eles demais!!!


Amanhã Ou Depois (Nenhum de Nós)

Deixamos pra depois uma conversa amiga
Que fosse para o bem, que fosse uma saí­da
Deixamos pra depois a troca de carinho
Deixamos que a rotina fosse nosso caminho
Deixamos pra depois a busca de abrigo
Deixamos de nos ver fazendo algum sentido
Amanhã ou depois, tanto faz se depois
For nunca mais... nunca mais
Deixamos de sentir o que a gente sentia
Que trazia cor ao nosso dia a dia
Deixamos de dizer o que a gente dizia
Deixamos de levar em conta a alegria
Deixamos escapar por entre nossos dedos
A chance de manter unidas as nossas vidas
Amanhã ou depois, tanto faz se depois
For nunca mais... nunca mais


Ela...


Ela não sabe em quem se tornou, ou o quem tornou ela. Há um abismo dentro de si que lhe chama cada vez mais alto para que pule. Nada do que está em sua volta tem sentido. Ela não sente nada, não sente absolutamente nada. Seu coração bate dentro de seu peito, mas é apenas um órgão lhe mantendo viva, seus pensamentos não passam de uma página em branco, seus dias são tão monótonos e sem graça que imaginar a morte é algo trivial. Ela tem uma melhor amiga, seu oposto em tudo, essa tenta lhe converter ao amor, a sentir a vida.  Mas que amor, que vida? Ela se pergunta. Para tudo que olha, percebe o descaso com o próximo e com as coisas, a sociedade é tão egoista e hipócrita em suas “regras de conduta” e as pessoas nem se dão conta de como são fantoches manipulados por quem possui poder. Mas mesmo assim não sente nada, sua alienação é a única coisa que faz sentido, pois nada está ao seu alcance, nada lhe faz parte para se preocupar, não há ninguém por quem gostaria de se preocupar. Sua atenção está apenas em conseguir passar seus dias da maneira que lhe convir, já que a morte é a única passagem que espera com ansiedade. Já pensou inumeras vezes em suicidio, mas nem isso se sente capaz de realizar, pois nem coragem possui. Então o tempo é o único com quem tem afinidade, esse lhe contou que esperar pode levar muitos anos, mas no fim compensa. Sua família lhe manda aos melhore psicologos, acreditam que há algo errado com ela, onde já se viu uma  menina tão linda, não sentir nenhuma emoção sobre a vida, como pode uma pessoa desejar não viver? Seus amigos mais próximos – que por sinal são até muitos para quem não gosta de pessoas – tentam tudo o que podem, mas até um sorriso de seus lábios é dificil se ver, alguns se perguntam se alguma vez a viram sorrir. Ela não entende porque ninguém lhe entende, ela apenas não sente nada, e só isso é suficiente para se tornar anormal aos olhos de todos. Nada disse afeta ser quem é, na verdade ainda não sabe quem é, ou como chegou a ser assim, apenas não tem importância, no fim tudo acaba de alguma maneira, e a morte deve estar próxima...

Espelho

Há momentos em nossa vida que surge alguém que irá nos fazer olhar no espelho e encarar nossos próprios olhos. O espelho é aterrorizante, nos assusta ter que se encarar, ver de perto no que nos tornamos. Como enfrentar o seu eu do outro lado? Quando me vejo, reflito em todas as mudanças que aconteceram no meu caminho, me arrepio ao olhar nos meus olhos e perceber que eles não são mais tão cheios de vida, vejo um abismo que não existia antes dentro deles. Mesmo assim eu os encaro firmemente, tento não me deixar dominar pelo medo do que fui e do que sou agora. Ali está o espelho, bem diante de mim, mostrando meus defeitos e qualidades. Procuro focar nas qualidades, para que a confiança me alcance proporcionando uma força maior para suportar aquela que me encara. Eu repito para este espelho que tenho orgulho de quem sou, pois todas as mudanças são necessárias para o amadurecimento, aceitar quem verdadeiramente somos é o primeiro passo para riscar o espelho. Temer este objeto é consentir que ele tenha o domínio sobre você, não permita que sua certeza, de quem é, seja abalada por algo que não sabe o significado de sentir. O espelho pode lhe mostrar fisicamente no que nos tornamos, mas nosso espírito ele não é capaz de mostrar. Sinta-se, procure olhar além da imagem refletida e se aceite, agora diga para esse alguém, que lhe fez encarar o espelho, que não há porque ter medo, você se conhece e sabe do que é capaz de fazer para viver uma vida sem medo de si mesmo.